Diante do aumento de casos de intoxicação por metanol no Brasil, o professor Luiz Carlos Dias, do Instituto de Química da Unicamp e integrante do Instituto de Estudos Avançados (IdEA), gravou um vídeo alertando a população sobre os perigos do consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Nas últimas semanas, vários estados registraram mortes e internações associadas ao uso de metanol em destilados ilegais.
Segundo o docente, o metanol (álcool metílico) é uma substância altamente tóxica e letal mesmo em pequenas quantidades. Incolor e de odor semelhante ao etanol, é de difícil distinção visual e sensorial, o que torna o risco ainda maior. “Mesmo em pequenas quantidades, o metanol pode ser fatal. Ele jamais deve ser usado como bebida”, ressaltou.
Os sintomas de intoxicação surgem nas primeiras horas após o consumo e incluem náuseas, vômitos, tontura, dor abdominal, visão turva e até cegueira irreversível. Casos graves podem evoluir para coma, choque e morte. O professor explica que o envenenamento ocorre quando o metanol é metabolizado pelo fígado e transformado em formaldeído e ácido fórmico, compostos extremamente tóxicos ao sistema nervoso e aos olhos.
Luiz Carlos Dias também destacou que o tratamento deve ser imediato e conduzido por profissionais de saúde. O antídoto de referência é o fomepizol, ainda indisponível no Brasil, mas o etanol farmacêutico puro também pode ser utilizado em ambiente hospitalar como alternativa, ao competir com o metanol na metabolização. Em casos graves, são indicados hemodiálise, uso de bicarbonato e ácido fólico.
O professor finalizou reforçando o alerta à população:
“A recomendação é simples: só compre bebidas de procedência conhecida, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal. Evite produtos de origem duvidosa. Essa é a melhor forma de prevenir uma tragédia.”
Confira, a seguir, o vídeo completo.