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Em sessão ordinária realizada na manhã desta terça-feira (24), o Conselho Universitário (Consu) da Unicamp aprovou a concessão de título de doutor Honoris Causa ao embaixador Celso Amorim. Integrante do Conselho Científico do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp desde 2021, Amorim foi ministro das Relações Exteriores do Brasil nos governos de Itamar Franco (1993-1994) e de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). É o ministro nesta área mais longevo da história do Brasil. Foi também ministro da Defesa no primeiro governo de Dilma Rousseff (2011-2014) e, desde janeiro de 2023, ocupa o cargo de assessor chefe da Assessoria Especial do Presidente da República.

Celso Amorim é integrante do Conselho Científico do IdEA da Unicamp desde 2021
Celso Amorim é integrante do Conselho Científico do IdEA da Unicamp desde 2021

Celso Luiz Nunes Amorim nasceu na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, em 3 de junho de 1942. Antes de dedicar-se à diplomacia, participou do Cinema Novo no início da década de 60, quando trabalhou com os cineastas Leon Hirszman e Ruy Guerra.

Foram vários e diversificados os temas enfrentados pela diplomacia brasileira durante a investidura de Amorim como chanceler. Ele atuou, por exemplo, na reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), no processo de paz no Oriente Médio e pela maior aproximação com os países árabes. Participou da Declaração de Teerã, no âmbito da tentativa de acordo para a supervisão do programa nuclear do Irã, da negociação para a revogação da exclusão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da coordenação da força de paz no Haiti. Trabalhou, ainda, no processo de integração regional da América do Sul e na gestão dos conflitos regionais. Fez esforços de aproximação extensiva com países africanos para além daqueles de língua portuguesa e estabeleceu novas relações com países emergentes do Sul Global por meio do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Enquanto chanceler, Celso Amorim aprofundou e valorizou a estratégia basilar da diplomacia brasileira: o multilateralismo.

A comissão especial designada para emitir parecer sobre a proposta de concessão do título foi composta pelos professores Ricardo de Medeiros Carneiro, Álvaro Penteado Crosta e Carlos Aguiar de Medeiros.

“O interessante de compor essa comissão foi o fato de poder me debruçar sobre aspectos menos conhecidos da vida de Celso Amorim, que foi sua atuação intelectual”, disse Carneiro. “Essa atividade intelectual é muito rica, mas foi eclipsada por sua atuação diplomática”, completou.

“Celso Amorim alterou o status do Brasil no cenário internacional. Ele foi a personificação da voz do conjunto de países que buscam maior participação nos organismos multilaterais”, afirmou o diretor do Instituto de Economia, Célio Hiratuka.

Sessão ordinária do Consu, realizada na manhã desta terça-feira (24), que aprovou a concessão dos títulos honoríficos
Sessão ordinária do Consu, realizada na manhã desta terça-feira (24), que aprovou a concessão dos títulos honoríficos
Professora emérita

Na reunião desta terça-feira, o Consu aprovou também a concessão do título de professora emérita à engenheira química Anita Jocelyne Marsaioli. Composta pelo professor Rogério Custódio e pelas professoras Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva e Marília Oliveira Fonseca Goulart, a comissão especial do Instituto de Química (IQ) que emitiu parecer favorável à outorga qualificou Marsaioli como “cientista de excelência e ser humano admirável”.

A carreira acadêmica de Marsaioli teve início com sua graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) na segunda metade da década de 1960. Em 1970, ingressou no IQ para realizar o mestrado, quando passou a se interessar pela área de Química Orgânica.

De acordo com o relatório da comissão, a busca constante por inovação e aprofundamento levou a docente a expandir horizontes por meio de estágios de pós-doutorado em instituições de renome, como o Centro Nacional de Pesquisa Científica (Centre National de la Recherche Scientifique, CNRS) da França, a Universidade da Califórnia nos Estados Unidos e a Universidade de Hamburgo, na Alemanha.

Essas experiências internacionais foram fundamentais para consolidar sua visão interdisciplinar da Química, permitindo que explorasse novas fronteiras em áreas como a Biocatálise, a Ecologia Química e a Geoquímica Orgânica.

A engenheira química Anita Marsaioli: "cientista de excelência e ser humano admirável"
A engenheira química Anita Marsaioli: “cientista de excelência e ser humano admirável”

Ao longo de sua carreira, Marsaioli não apenas produziu conhecimento de alta relevância, como também desempenhou um papel vital na formação de novos pesquisadores. A docente orientou 30 dissertações de mestrado e 52 teses de doutorado, além de ter supervisionado em torno de duas dezenas de pós-doutores e vários estudantes de iniciação científica. Desses profissionais, 12 exercem ou exerceram funções de docência e/ou pesquisa em instituições do estado de São Paulo, e 25, em instituições de outros estados da federação. Os demais atuam ou atuaram no setor privado.

“Seu compromisso com a excelência acadêmica é claramente demonstrado pelas 180 publicações em periódicos de prestígio, que acumularam aproximadamente 3.500 citações, solidificando sua posição como uma liderança em sua área, com um índice H de 34”, informa o relatório da comissão.

De acordo com os colegas, Marsaioli desempenhou papel fundamental na modernização dos laboratórios da instituição, elevando-os a um patamar comparável ao das melhores instituições internacionais.

“Nos meus 40 anos de Unicamp, raramente vi algum nome ser indicado de forma unânime na congregação do IQ , porque o instituto não dissocia a carreira da vida pessoal. E a professora Anita foi uma profissional excepcional, mas também foi uma pessoa excepcional”, disse Custódio.

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