O reajuste estrutural das economias da América Latina, a universalização de políticas sociais, o aumento da oferta de emprego e a interação entre a academia e os órgãos públicos na questão social foram algumas das sugestões apresentadas durante a mesa de discussões. Não houve um consenso entre as perspectivas pessimistas, que ressaltavam o desinteresse da universidade com o tema da miséria, e os otimistas, que viam saída com a ação forte do Estado. O debate foi coordenado pelo economista João Manoel Cardoso de Mello, professor da Unicamp, e teve como primeiro expositor o cientista político e economista Carlos Lessa, professor da Unicamp e da UFRJ, que analisou a pobreza urbana e rural. Outro debatedor foi o argentino Victor Tokman, diretor do Programa Mundial de Emprego da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com sede em Genebra (Suíça), que apresentou dados sobre as condições de vida da América Latina na década de 1980. O economista Paulo Vieira da Cunha, docente da UFRJ, concordou com Tokman e afirmou que o estoque da dívida social requeria políticas redistributivas que enfrentassem o problema da pobreza. O economista Clóvis Cavalcante, da Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, discorreu sobre a persistência da miséria no Brasil e os elementos que barravam seu combate.