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Roblox: professora alerta para os riscos da sexualização infantil em jogos online

Telma Vinha, Coordenadora-Adjunta do IdEA, alerta sobre a sexualização infantil em jogos online e defende regulação, supervisão e educação digital para proteção das crianças.

A professora Telma Vinha, da Faculdade de Educação da Unicamp e coordenadora-adjunta do Instituto de Estudos Avançados (IdEA), chamou atenção para os graves impactos da exposição precoce de crianças a conteúdos de conotação sexual em ambientes digitais. A declaração foi feita em reportagem da Folha de S.Paulo sobre práticas indevidas dentro do Roblox, jogo online amplamente popular entre crianças e pré-adolescentes, em que personagens infantis estariam sendo induzidos a simular comportamentos sexuais em troca de moedas virtuais.

Segundo Telma Vinha, vivências desse tipo podem provocar confusão sobre o sentido das relações humanas e afetar o desenvolvimento emocional, cognitivo e social das crianças. Ela explica que, sem maturidade para compreender o que vivenciam, os menores podem associar a sexualidade a sentimentos negativos como medo, culpa e vergonha. “Essas experiências comprometem a formação de vínculos saudáveis e de relações baseadas em cuidado e respeito, além de afetar a percepção do próprio corpo e os limites nas interações sociais”, afirmou.

A professora também destacou que a hipersexualização no ambiente digital é uma forma grave de adultização precoce, impulsionada por redes sociais, publicidade e plataformas de jogos. Ambientes como Roblox, Free Fire, Minecraft e Fortnite, embora com aparência lúdica e voltados à criatividade, têm se tornado espaços vulneráveis, nos quais conteúdos e interações sensíveis circulam sem a devida supervisão. “O problema não está apenas nas representações explícitas, mas nas práticas simbólicas e normalizadas, que moldam comportamentos e percepções de forma silenciosa”, alertou.

Para Telma Vinha, o cenário exige medidas urgentes de regulação, acompanhamento e educação digital, com a participação conjunta de famílias, escolas, plataformas e poder público. “As crianças não têm ferramentas cognitivas para lidar com a exposição virtual. É dever dos adultos garantir ambientes seguros, supervisionar as interações e promover uma cultura digital pautada pelo respeito, pelo cuidado e pela proteção da infância”, concluiu.

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