O sociólogo Bernardo Sorj, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou uma análise sobre o desenvolvimento tecnológico do campo que deve intensificar o êxodo rural, gerando um problema populacional para as cidades. Segundo Sorj, a industrialização do setor agrícola brasileiro seria inevitável. Para o sociólogo Milton Santos, da USP, todas as atividades agrícolas do século XXI deverão ser controladas a partir da cidade, já que o campo estará despopulado. Santos também concordou sobre a impossibilidade de impedir que a tecnologia chegasse ao campo, considerando as pressões de mercado por maior produtividade. O professor José Graziano da Silva, do Instituto de Economia da Unicamp, fez ressalvas sobre o otimismo das projeções e considerou a possibilidade de as mudanças esperadas estarem sendo subestimadas, prevendo um significativo esvaziamento do campo. Também participaram o economista Paulo Vieira da Cunha, docente da UFRJ, o cientista político e presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), Octávio Velho, e o cientista político e professor da USP Lúcio Kowarik.