O último dia da semana analisou cenários possíveis, estratégias e propostas políticas que possibilitassem ao país sair da crise. Ao fim, sobraram mais questionamentos que certezas no balanço de tendências da economia brasileira para os anos seguintes. O diretor da área social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista Carlos Lessa, enfatizou que o problema estava na malversação do dinheiro público, e não na falta de verbas. Um dos participantes da mesa redonda que encerrou os debates foi o deputado federal José Serra, que resumiu o clima de incertezas ao afirmar que o principal problema do Brasil naquele momento não era a ausência de fórmulas econômicas salvadoras, mas a ausência de autoridade, eficácia e legitimidade do governo para enfrentar a inflação. O economista João Manuel Cardoso de Mello manifestou receio de uma intervenção militar para enfrentar o caos econômico e acusou as elites do país de não admitirem mudanças para preservar seus privilégios. Para o reitor da Unicamp, o economista Paulo Renato Souza, os debates revelaram que o problema econômico que afligia o país não era técnico e sim político. Também participaram da meda redonda o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira e os economistas Maria da Conceição Tavares, Fernando Fajnzylber, Antonio Barros Castro, Luiz Gonzaga Belluzzo e Fernando Rezende.