Debate sobre a mudança do eixo econômico e da geometria mundial de poder, que começava a se deslocar da liderança norte-americana e passava a incluir a Europa, o Japão e outros países do sudeste asiático, como a Coréia do Sul e Taiwan. Também foi discutida a situação dos países do Terceiro Mundo com a reorganização das forças econômicas internacionais. A professora Barbara Stallings, da Universidade de Wisconsin, expôs sobre as mudanças estruturais nas relações econômicas dos países credores com os devedores, a partir da entrada em cena do Japão. Para o cientista político Robert Gilpin, o grande desafio no final do século era o despontar do Japão como grande potência não apenas comercial, mas também financeira. Stallings, por sua vez, destacou a inclusão dos países do Terceiro Mundo no cenário econômico internacional. O economista chileno Osvaldo Sunkel, ex-diretor da Cepal e professor da Universidade de Sussex, defendeu que o Brasil foi o único país da América Latina que desenvolveu com êxito um esforço de diversificar sua pauta de exportação e teve como resposta a ampliação de sua dependência. O ex-ministro da Cultura Celso Furtado, que participou do encontro na condição de economista, debateu a história da segunda metade do século XX, marcada pelo cumprimento de uma profecia de que o mundo seria dominado pela confrontação de duas grandes potências. Para Furtado, era nesse quadro de bipolaridade mundial, que dividia o mundo em regime capitalista e socialista, que se verificou uma acirrada competição tecnológica. Na mesa de debate participaram também o deputado federal José Serra e os economistas Maria da Conceição Tavares, da UFRJ, e Adroaldo Moura da Silva, da USP.