As esculturas do Partenon
Início: sex, 27/05/2022 – 14:00
Término: sex, 27/05/2022 – 16:00
O Centro de Teoria da Filologia (CTF), grupo de estudos vinculado ao Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp, promove no dia 27 de maio, às 14h, a palestra “As esculturas do Partenon no contexto da narrativa curatorial do Museu da Acrópole”, com a professora Celina Lage, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). A palestra sobre o templo grego construído no século V a.C. será realizada no modelo remoto, mediante inscrição (formulário abaixo), e integra as atividades da “Escola de Verão Brasileira na Grécia: Inovação e Tradição em Paros Arcaico”, promovida pelo CTF.
Docente do Programa de Pós-Graduação em Artes e da Escola Guignard, na UEMG, Celina Lage abordará a campanha internacional para reunificação dos artefatos em mármore do Partenon e aspectos da poética curatorial do Museu da Acrópole, situado em Atenas.
Desde que ficou independente do Império Otomano, no início do século XIX, a Grécia pede o retorno das esculturas do Partenon, retiradas do país durante o período em que estava dominado. Cerca de metade das obras está atualmente no Museu Britânico, enquanto o restante pertence ao acervo do Museu da Acrópole, inaugurado em 2009. Preparado para receber de volta as esculturas do Partenon que estão fora do país, o museu grego pretende exibi-las em seu contexto original, complementando a coleção remanescente.
Desde a independência, muitos foram os pedidos por parte do governo grego para o repatriamento das obras do Partenon. Uma célebre campanha foi iniciada em 1981 pela atriz Melina Mercouri (1920-1994), quando ocupou o cargo de ministra da Cultura. A mobilização política trouxe notoriedade mundial à demanda de reunificação das peças. Apesar disso, apenas em 2009, com a inauguração do novo Museu da Acrópole, a questão voltou a ser discutida com mais intensidade.
O novo Museu da Acrópole possui uma curadoria inovadora que pretende reconstituir a narrativa fragmentada do templo dedicado a Atena, sendo ele o objeto principal ao qual foi destinado com grande destaque todo o terceiro andar do prédio. Se antes havia o argumento de que a Grécia não possuía um local adequado para exibir as esculturas, justificando assim a permanência na Inglaterra, após a inauguração do museu esse argumento caiu por terra. A campanha pela reunificação foi abraçada pela comunidade internacional, demonstrando que essa não é apenas uma demanda da Grécia, mas que diz respeito a um patrimônio da humanidade, já que existem comitês nacionais em diversos países do mundo.
Na atualidade, a Acrópole tornou-se símbolo da civilização ocidental, uma vez que os seus primórdios são identificados justamente na Grécia Antiga. O Partenon e a Acrópole de Atenas se transformaram em verdadeiros templos do turismo, atraindo a cada ano um número recorde de visitantes interessados pela paisagem, história, cultura, arte e pelos valores humanísticos representados pelo monumento. O templo tornou-se um símbolo da beleza, da arte clássica, da democracia, da liberdade, dos direitos humanos, do equilíbrio, da harmonia, da justiça, do conhecimento, entre muitos outros valores.
Celina Lage é professora do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes) e dos cursos de graduação da Escola Guignard, na UEMG. Atuou de 2009 a 2012 no Programa de Pós-Graduação em Artes Aplicadas da Universidade Helênica Aberta, na Grécia. É doutora em Literatura Comparada, mestre em Teoria da Literatura e licenciada em Letras, com habilitação em grego e latim. Com pós-doutorado na National & Kapodistrian University of Athens (Grécia) e na Athens School of Fine Arts (Grécia), ela é ex-bolsista da Fundação Alexander Onassis e vice-presidente do Comitê Brasileiro para Reunificação das Esculturas do Partenon.
As esculturas do Partenon no contexto da narrativa curatorial do Museu da Acrópole
Palestrante: Celina Lage (UEMG)
Data: 27 de maio de 2022
Horário: 14h
Organização: Centro de Teoria da Filologia (CTF) do Instituto de Estudos Avançados (IdEA)